"Ai dos que decretam leis injustas, e dos escrivães que prescrevem opressão."Isaías 10:1.
quinta-feira, 28 de outubro de 2010
Essa nova forma de fazer política já não nos permite enganos. Dia 31 vote 13!
Maressa Vieira, Engenheira e Professora 28.10.2010
O Brasil descobriu, finalmente, que é possível oportunizar a mudança na vida dos brasileiros agregando políticas sociais e economia crescente. Os que viviam em péssimas condições de vida puderam acreditar e dar um novo sentido à vida. O que se via e se vivenciava alguns anos atrás, era um quadro de desesperança, mas o Presidente Lula, apesar de ser desacreditado por não ter diploma universitário e talvez mesmo por isso, sentiu a responsabilidade de dar a atenção devida aos mais esquecidos, assegurando-lhes a mudança tão desejada e esparada, embora distante de acontecer.
Ser um político num país como o Brasil, gigante pela própria natureza, como bem diz o nosso hino, exige um enorme desafio. Uma boa noticia é que o encontro de Lula com tão importante cargo o fez refletir que era possível sair do vicio do abandono e priorizar essa classe para então evidenciar, comprovar que não havia compromisso real com o povo brasileiro por outros governantes.
O Brasil avançou nos anos de governo Lula; com os novos avanços e velhos paradigmas quebrados, é hora de implantar definitivamente o desafio de tornar este país um país de todos, em que seja possível a vivência da democracia geral e irrestrita aos brasileiros. É hora porque somente através da eleição colocamos o comando do Brasil sob a responsabilidade de quem julgamos ter mais compromisso com a missão de dar continuidade ao implantado pelo PT: Dilma Rousseff.
Seu papel será conduzir políticas de governo que promovam a continuidade do crescimento do país, saber discernir o que aplicar e quais as prioridades, orientar projetos, buscando evitar que se perca no excesso e consolidar a economia e o nome do Brasil como promissor frente ao mundo globalizado.
Daqui para frente é proibido pensar em erros, em retrocesso; continuar com este presente e contando com um processo de crescimento contínuo por mais quatro anos, despertando para esse mundo novo, esse Brasil que dá voz e vez ao seu povo mais carente, que garanta vida digna a todos, com superação de problemas ainda vigentes.
Isso vai exigir uma avaliação dentro do território geográfico do país, começar imediatamente a construir o país que amplamente se dizia “do futuro” e fazer no presente essa realidade para que o passado fique definitivamente para trás. Para isso, a saída é dedicação exclusiva à superação das maiores dificuldades, seguindo rigorosamente metas pré-estabelecidas para o Brasil continuar recebendo as melhorias e redirecionar seu potencial às necessidades que requer o século XXI de forma abrangente.
Temos duas alternativas: seguir no caminho dos avanços com Dilma ou retroceder. Essa nova forma de fazer política já não nos permite enganos. Dia 31 vote 13!Postado por Kelly Girão.
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Fonte:http://www.dilma2010.blog.br/essa-nova-forma-de-fazer-politica-ja-nao-nos-permite-enganos-dia-31-vote-13/
Papa pede aos brasileiros para não votarem no Serra, porque legislou a favor do aborto

Segundo o Estadão, em reunião em Roma na manhã desta quinta-feira, 28, o papa Bento XVI conclamou um grupo de bispos brasileiros a orientar politicamente fiéis católicos.
“Quando projetos políticos contemplam aberta ou veladamente a descriminalização do aborto, os pastores devem lembrar os cidadãos o direito de usar o próprio voto para a promoção do bem comum“, disse ele.
A orientação serve, sob medida, para não votar no Serra, porque dos dois candidatos foi o único que efetivamente legislou abertamente, como diz o Papa, descriminalizando o aborto.
Já que é para jogar na baixaria, o FBI dá a sua modesta contribuição para os bispos brasileiros nessa tarefa de orientar os seus fiéis a não votar no Serra, ou melhor, para votar na Dilma.
Clique aqui e acesse a Norma Técnica “PREVENÇÃO E TRATAMENTO DOS AGRAVOS RESULTANTES DA VIOLÊNCIA SEXUAL CONTRA MULHERES E ADOLESCENTES”, assinada por José Serra, em 1998, quando Ministro da Saúde.
Abaixo, alguns trechos da Norma, para orientação de cardeais, bispos, padres, freis, freiras e leigos católicos
“A garantia de atendimento a mulheres que sofreram violência sexual nos serviços de saúde representa, por conseguinte, apenas uma das medidas a serem adotadas com vistas à redução dos agravos decorrentes deste tipo de violência. A oferta desses serviços, entretanto, permite a adolescentes e mulheres o acesso imediato a cuidados de saúde, à prevenção de doenças sexualmente transmissíveis e à gravidez indesejada.“
“As equipes envolvidas diretamente na assistência deverão receber treinamento sobre o atendimento humanizado às mulheres que poderão ser submetidas à interrupção da gravidez. Os médicos deverão, além disso, ser treinados para a utilização das diferentes técnicas recomendadas para a interrupção da gestação.“
“Esse atendimento deverá ser iniciado por ocasião da primeira consulta, devendo estender-se a todo o período de atendimento à mulher e após a interrupção da gravidez“
“...se a mulher estiver grávida ou suspeitando de gravidez, deve-se identificar claramente a demanda trazida por ela, focalizada nos seguintes aspectos: identificação do desejo de interrupção da gravidez ou não, discussão a respeito dos direitos legais já garantidos à mulher, existência de valores morais e religiosos que possam determinar ou influenciar a decisão da mulher e a discussão de alternativas à interrupção da gravidez, como a entrega da criança para adoção, a realização de pré-natal etc.“
“VI. ATENDIMENTO À MULHER COM GRAVIDEZ DECORRENTE DE ESTUPRO
Esse atendimento deverá ser dado a mulheres que foram estupradas, engravidaram e solicitam a interrupção da gravidez aos serviços públicos de saúde.“
“Procedimentos para a interrupção da gravidez
O procedimento deverá ser diferenciado, de acordo com a idade gestacional.
I. Até 12 semanas, podem ser utilizados, para o esvaziamento da cavidade uterina, os dois métodos identificados a seguir.
1. Dilatação do colo uterino e curetagem
2. Aspiração Manual Intra-Uterina (AMIU)“
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Bem, se as Igrejas estavam em dúvida sobre a posição do Serra, em relação ao aborto, agora não estão mais, graças a este FBI.
Assim, façam o favor de atender o Papa, execrar o Serra e pedir voto na Dilma.
Quanto às Organizações Serra (Globo, Estadão e Veja, entre muitos outros veículos), estão autorizadas a reproduzir esta matéria esclarecedora para esse final de segundo turno, dando o devido crédito a este modesto blog.
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Fonte:http://festivaldebesteirasnaimprensa.wordpress.com/2010/10/28/papa-pede-aos-brasileiros-para-nao-votar-em-serra-porque-legislou-a-favor-do-aborto/
O Metrô de São Paulo: escândalos – e garantia de impunidade
Agora me digam o seguinte:
Qual é a relação entre o conteúdo do vídeo acima e a denúncia do Na Maria News e da Conceição Lemes, que está aqui?
****Fonte:http://www.viomundo.com.br/politica/o-metro-de-sao-paulo-escandalos-e-garantia-de-impunidade.html
Os porões da privataria: O livro que aloprou Serra
Quem vai salvar você?
de Amaury Ribeiro Jr.
APRESENTAÇÃO
Fonte:http://tatodemacedo.blogspot.com/2010/06/os-poroes-da-privataria-o-livro-que.html
Confira a carta entregue por Amaury Ribeiro Jr. aos jornalistas

Amaury foi indiciado, nesta segunda-feira (25), por quatro crimes no caso que investiga a violação do sigilo fiscal de lideranças tucanas e familiares do candidato à presidência José Serra (PSDB). De acordo com o parecer da PF, o jornalista cometeu os crimes de violação de sigilo fiscal, corrupção ativa, uso de documento falso e oferecimento de vantagem a testemunha.
Confira na íntegra a carta de Amaury Ribeiro Jr.:
Nota à imprensa
Aos colegas jornalistas:
Estou passando às mãos de todos cópia de uma pequena parte do material que entreguei hoje à Polícia Federal. Todos os papéis foram obtidos de forma legal sem quebra de sigilo fiscal. Vale lembrar que a documentação refere-se aos anos de 1998 até 2002.
O que foi entregue não é resultado de militância partidária, que nunca tive, e sim da única militância que reconheço e pratico, a do jornalismo. Prova disse é que, em junho de 2005, fui o autor de "Aparece o dinheiro", reportagem de IstoÉ (edição 1863), em que foi exposto o Mensalão do PT. Desejo que a liberdade de imprensa em vigor no país possa servir, agora, ao esclarecimento da população.
São informações oficiais a que tive acesso nos longos anos em que estou trabalhando no tema das privatizações. Pela primeira vez estão sendo trazidas ao conhecimento público.
São, portanto, absolutamente inéditas. Foram obtidas judicialmente através de uma ação de exceção de verdade. São documentos da CPMI do Banestado, cujo acesso estava, até então, proibido aos brasileiros. Agora, vieram à luz. Espero que possam, enfim, ajudar a esclarecer um período sombrio do país. Vocês são parte importante e decisiva neste processo.
Chamo a atenção para dois pontos especialmente, ambos alicerçados em informações oficiais obtidas pela dita CPMI na base de dados da conta Beacon Hill do banco JP Morgan Chase e no MTB Bank, ambos de Nova York. A Beacon Hill Service Corporation (BHSC) onde eram administradas muitas subcontas com titulares ocultos. Nos EUA, a BHSC foi condenada em 2004 por operar contra a lei. No Brasil, inspirada pela designação Beacon Hill, a Polícia Federal deflagrou a Operação Farol da Colina, apurando, entre outras personalidades envolvidas, nomes como os do ex-governador paulista Paulo Maluf e do banqueiro Daniel Dantas. Os pontos em questão são os seguintes:
1 . Os depósitos comprovados (pag. 4/11) do empresário GREGÓRIO MARIN PRECIADO, casado com uma prima de JOSÉ SERRA e ex-sócio do ex-governador de São Paulo (o mesmo SERRA), na conta da empresa Franton Interprises (pag. 3/11), vinculada ao ex-caixa de campanha do próprio SERRA e de FERNANDO HENRIQUE CARDOSO, RICARDO SÉRGIO OLIVEIRA. A soma de tais valores ultrapassa os US$ 1,2 milhão e cresce sobretudo no ano eleitoral de 2002, quando SERRA foi candidato à Presidência. Mais de 80% dos recursos recebidos pela Franton na Beacon Hill tem origem em PRECIADO. RICARDO SÉRGIO, como se sabe, foi diretor do Banco do Brasil e o grande articulador de consórcios de privatização no período FHC.
2. Os depósitos realizados pela empresa Infinity Trading, pertence ao empresário CARLOS JEREISSATI, (pag 9/11) igualmente na Franton Interprises e RICARDO SÉRGIO. JEREISSATI liderou um dos consórcios que participou dos leilões de privatização e comprou parte da Telebrás. É de conhecimento geral que a formatação de consórcios e as privatizações da Telebrás também tiveram a intervenção de RICARDO SÉRGIO. Em muitas ocasiões se falou de propina na venda de estatais, mas esta é a primeira vez que aparece uma evidência disso lastreada por documentos bancários oficiais.
Tenho certeza da relevância do material e espero que façam bom uso dele. Um abraço a todos e bom trabalho.
Amaury Ribeiro Junior
Repórter
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Fonte:http://noticias.terra.com.br/eleicoes/2010/noticias/0,,OI4756940-EI15315,00-Confira+a+carta+entregue+por+Amaury+Ribeiro+Jr+aos+jornalistas.html
Ibope: Dilma lidera com 52% das intenções de voto; Serra tem 39%
Do UOL Eleições
Em São Paulo
A presidenciável Dilma Rousseff (PT) lidera a corrida pelo Palácio do Planalto com 52% das intenções de voto, contra 39% de seu rival, José Serra (PSDB), segundo pesquisa divulgada na noite desta quinta-feira (28) pelo Ibope.
Se considerados apenas os votos válidos, a petista tem a preferência de 57% do eleitorado, ante 43% do tucano - uma vantagem de 14 pontos. Na sondagem anterior, a ex-ministra da Casa Civil tinha 56% e Serra, 44%.
Votos brancos e nulos somaram 5%, enquanto 4% dos entrevistados mostraram-se indecisos. Para 82% dos eleitores o voto já está definido, enquanto 13% disseram que ainda podem mudar a escolha. A margem de erro é de 2 pontos percentuais.
O instituto ouviu 3010 pessoas entre os dias 25 e 28 de outubro, e a pesquisa, encomendada pela Rede Globo e pelo jornal O Estado de São Paulo, está registrada no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) com o número 37.596/2010.
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Fonte:http://eleicoes.uol.com.br/2010/ultimas-noticias/2010/10/28/ibope-dilma-lidera-com-52-das-intencoes-de-voto-serra-tem-39.jhtm
A hipocrisia da mídia grassa solta
Reproduzo artigo do jornalista Marcos Verlaine, assessor do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap), publicado no sítio Vermelho:
do Blog de Altamiro Borges
As campanhas eleitorais são importantes para um país como o Brasil, cujo povo, de modo geral dá de ombros para a política. Assim, as eleições têm o condão de incorporar milhões ao processo do debate político, que em períodos normais estão pouco se lixando para a política, os partidos e os políticos. Isto é ruim, mas o povo tem lá suas razões.
Num país como o Brasil, cujo presidencialismo de coalizão demanda forte intervenção política dos atores sociais, menosprezar a política, seu processo e, sobretudo, as eleições é um erro gravíssimo. Daí, em grande medida, decorrem as graves distorções do nosso sistema político-eleitoral.
Mas isto é um problema que pode ser tratado noutro momento, pois o que motivou-me a escrever este artigo foi uma densa e curta “Carta ao Noblat” enviada ao blog do Noblat por um aposentado de Além Paraíba (MG), que claro, o jornalista não publicou, nem vai publicar.
A referida foi publicada em vários blogs. Eu li nos blogs Escrivinhador, do Rodrigo Vianna, e do deputado Brizola Nelo (PDT-RJ), Tijolaço.
Visitei o blog do Noblat para ver se a carta havia sido publicada e nada encontrei.
Mas encontrei uma matéria do Fernando de Barros e Silva – Dilma no limite – que foi publicada na Folha de S.Paulo. O texto critica a Dilma, diz que ela “passa a impressão de estar no limite das suas capacidades, a um triz de um curto-circuito. Isso apesar da vantagem relativamente folgada que abriu sobre José Serra – 56% a 44%, segundo o Datafolha.”
E elogia o Lula e FHC. “Nem de longe reúne os recursos pessoais para o exercício da função de seus antecessores”, fuzila e decreta Barros e Silva.
Aí pensei, quem é esse cara pra dizer isto? Ele certamente encheu páginas e páginas de jornais para criticar o Lula, dizer que era analfabeto, despreparado para o cargo, que não freqüentou algum curso superior, que falava errado e coisas do gênero. Agora elogia. É muita hipocrisia.
Se prevalecesse o Brasil da Folha, d’O Globo, do Estadão, do Merval Pereira, da Miriam Leitão, da Lúcia Hipólito e tantos outros que pareciam torcer e escrevem como quem parece torcer contra o Brasil, para que se esfarele, com inflação, desemprego e salários rebaixados estaríamos hoje em outro ritmo e espírito.
Certamente se esse Brasil prevalecesse, o Serra estaria vencendo a disputa presidencial e não a “neófita” Dilma, como a chama o jornalista da Folha.
Os jornais estampam que os debates têm se expressado pelo baixo nível, mas o que vários veículos de imprensa fizeram e fazem para melhorar o nível desses debates? Nada, pelo contrário, até estimularam e estimulam o baixo nível, com temas laterais e enviesados, com o claro objetivo de prejudicar a Dilma.
Mas o povo não é bobo. Vive concretamente os resultados do atual governo no campo do emprego, do aumento da renda e do consumo, melhoria de vida, mais acesso aos meios culturais e educacionais e tem perspectivas alvissareiras quanto ao futuro.
Assim, a desconstrução da candidata do PT e o “elogio” ao Lula têm o mesmo objetivo – enganar para derrotar o projeto em curso, que ganha ares de concretude a cada pesquisa de intenção de voto que é divulgada nesta reta final de campanha.
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Fonte:http://altamiroborges.blogspot.com/2010/10/hipocrisia-da-midia-grassa-solta.html
Dilma, Cristina e a “falta de um homem”
Reproduzo artigo de Rodrigo Vianna, publicado no blog Escrevinhador:
Postado por Altamiro Borges
A morte de Néstor Kirchner levanta uma série de questões relevantes para a política da Argentina e do nosso continente. O ex-presidente, responsável pela impressionante recuperação argentina depois do fundo do poço do “corralito”, era cotado para ser o candidato a presidente do peronismo na sucessão de Cristina. Mesmo fora da Casa Rosada, Néstor era o articulador desse bloco de centro-esquerda que, nas últimas eleições congressuais, obteve resultados abaixo do esperado. A oposição de direita, capitaneada por Macri (empresário e ex-presidente do Boca), tem o apoio da velha mídia e dos setores agrários conservadores descontentes com Cristina. Certamente, essa oposição terá muita força na sucessão em 2011.
Todas essas são questões importantes. Ok. Mas o que não dá pra aceitar é a pauta apresentada – por exemplo – pelo “Jornal da Globo”: será que Cristina dá conta de governar, sem o marido?
É de um machismo tão fora de época que a gente fica até com preguiça de discutir. Cristina não é “apenas” a “esposa” de Kirchner. Isabelita era “apenas” esposa de Peron nos anos 70. Os tempos eram outros. E deu no que deu – Isabelita (era a vice do marido e, com a morte de Perón, assumiu o poder) foi uma presidenta fraca, que abriu caminho pra ditadura.
Cristina, não! Ela militou ao lado de Nestor, contra a ditadura. Tem vida própria, luz própria. O marido tinha liderança e isso ninguém contesta, mas querer reduzir Cristina ao papel de “esposa”, ou agora “viúva”, é quase inacreditável.
Por que falo disso agora? Porque vários leitores relatam que, no telemarketing do mal aqui no Brasil, há um novo telefonema na praça. Uma voz – feminina - pergunta ao cidadão incauto: ”será que a Dilma dá conta, sem o Lula?”
O machismo é o mesmo – contra Dilma e Cristina. E eu me pergunto: em que século vivem os marqueteiros do mal e os editores do “Jornal da Globo”?
Dilma não precisou segurar na mão do Lula quando – aos 17 ou 18 anos – foi pra clandestinidade lutar contra a ditadura. Dilma não precisou do apoio de Lula quando esteve presa, nem quando resistiu aos toturadores.
Dilma tem trajetória própria. Os tucanos, por menosprezar essa verdade, acreditaram na balela vendida por mervais e jabores: “ela não resiste à campanha sem o Lula”. He, he. Machista, normalmente, leva um susto quando vê que a mulher não “precisa” de homem.
Uma coisa é reconhecer: Lula é um líder popular imensamente mais carismático que Dilma. Isso é fato. Ponto. Outra coisa é querer reduzir Dilma ao papel de “a mulher que Lula indicou”. Dilma foi secretária de Energia pelo PDT gaúcho. Lá, não havia Lula. Foi escolhida ministra por méritos próprios.
O machismo e a arrogância de Serra nos debates - ”a candidata não entende minha pergunta”, “acho que você não compreende bem” – lembram-me Maluf chamando Marta de “dona Marta”. É um machismo tosco, que se revela agora no telemarketing desesperado da reta final.
Eu – que como todo homem brasileiro – já fiz piadinha machista e já disse frases que certamente irritariam qualquer feminista, posso dizer com sinceridade: as mulheres lidam muito melhor com a ausência de um companheiro do que nós homens. É fato. Claro que há exceções. Claro que os homens estão aprendendo a - eventualmente – lidar com a solidão e com a necessidade de caminhar sozinhos.
Mas, sejamos honestos: há velhinhos que – ao perder a mulher - não resistem mais do que 1 ano. Preferem morrer. Não dão conta sozinhos. As mulheres, não. Víúvas ou divorciadas, seguem em frente. Podem até casar de novo. Mas não “precisam” de um homem na mesma medida em que o homem parece “precisar” de uma mulher.
Marqueteiros e jornalistas (homens) talvez projetem para mulheres poderosas (como Cristina e Dilma) a fragilidade e o medo que eles mesmos sentem diante da possibilidade de ficarem “sozinhos”. São marqueteiros e jornalistas que talvez tenham vontade de segurar na não da “mamãe-esposa” quando ficarem velhinhos. Nada de errado nisso. Todos nós temos nossas fragilidades – homens ou mulheres.
Cristina vai sofrer, vai sentir a falta de Néstor – como qualquer um que perde o companheiro da vida toda. Pode ganhar ou perder a sucessão. Mas isso não terá nada a ver com a ausência do “marido”.
Dilma - também – não é mulher que precise viver à sombra de homem nenhum. Não é à toa que teve como companheiro, durante tantos anos, alguém que é capaz de dar uma entrevista tão corajosa, firme – e ao mesmo tempo carinhosa – como a que podemos ler aqui.
Só um aperitivo do que disse Carlos Araújo a “O Globo”, sobre Dilma:
Quem mandava na casa?
Carlos: Nossos parâmetros não eram esses, de quem manda, não manda. Éramos companheiros.
Não era nosso estilo um mandar no outro. Foi uma bela convivência. Tivemos uma vida boa juntos, tenho recordação boa, não é saudade.
O resto – digo eu – é machismo jornalístico. E babaquice marqueteira.
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Fonte:http://altamiroborges.blogspot.com/2010/10/dilma-cristina-e-falta-de-um-homem.html
MAIS BANDALHEIRA DA TURMA DO SERRA: ADVOGADO DO RODOANEL TRABALHA PARA PAULO PRETO

Por Júlio Gardesani, do ABCD Maior
O escritório Edgard Leite Advogados, que presta serviço às empreiteiras que construíram o trecho Sul do Rodoanel, também trabalha para Paulo Vieira de Souza, o Paulo Preto, ex-assessor de José Serra (PSDB). De acordo com o Diário Oficial, Edgard Ermelino Leite, um dos responsáveis pelo escritório, defende Paulo Preto em ação contra Evandro Losacco, secretário estadual do PSDB. A filha de Paulo Preto, Priscila Arana, é uma das advogadas do escritório de Edgard Leite. O possível favorecimento na contratação das empreiteiras para o Rodoanel promovido por Paulo Preto, Priscila e Serra foi denunciado pelo PT ao MP (Ministério Público).
Edgard Leite defende Paulo Preto em ação de danos morais contra Lossaco, aberta após as declarações do tucano à revista “IstoÉ”. De acordo com a publicação, Losacco afirmou que Paulo Preto “sumiu” com R$ 4 milhões da campanha de Serra.
O advogado de Paulo Preto, José Luiz de Oliveira Lima, foi procurado e garantiu: “Não vejo problema nenhum na defesa. É normal, até porque a filha do Paulo Preto trabalha no escritório”.
Já o líder do PT na Assembleia Legislativa, Antônio Mentor, acredita que a contratação do escritório confirma a denúncia encaminhada pelo PT ao Ministério Público. “É a relação incestuosa que existe entre Paulo Preto, sua filha e o governo. É uma comprovação que existe jogo de interesses, o que reforça a nossa tese”, explica Mentor. A prestação de serviços do escritório de Edgard Leite às empreiteiras do Rodoanel foi confirmada em nota apresentada pelo próprio escritório. “O escritório presta, há mais de 10 anos, serviços jurídicos a praticamente todas as empresas privadas que compõem os consórcios contratados para a execução do trecho Sul do RODOANEL-SP”.
.Caso
Paulo Preto entrou em cena na campanha após a candidata Dilma Rousseff (PT) citar reportagem da revista “IstoÉ” no debate da Band. Ex-diretor de Engenharia da Dersa, Paulo Preto teria feito caixa-dois com as empreiteiras e desaparecido com o dinheiro.
“Parece mesmo que ele sumiu. Desapareceu. Me falaram que ele foi para a Europa. Vi esse cara na inauguração do Rodoanel”, afirmou José Aníbal, ex-líder do PSDB na Câmara dos Deputados, à revista.
Meias
Em junho, Paulo Preto foi preso em flagrante com uma jóia roubada no shopping Iguatemi. No dia, o ex-deputado Celso Russomano (PP) encontrou Paulo Preto no 15° DP e afirmou: “Eu vi a prisão. Vi que a delegada estava sofrendo pressão para não mantê-lo preso. Parte do dinheiro apreendido com Paulo Preto estava em suas meias e no casaco, me apontaram os policiais”. O progressista afirma que encontrou Paulo Preto no DP por acaso”.
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Fonte:http://cloacanews.blogspot.com/2010/10/bandalheira-da-turma-do-serra-advogados.html
O SEGUNDO TURNO SERÁ A PÁ DE CAL EM SERRA
No debate de segunda-feira, Serra estava cinzento, abatido. Tirado o cansaço que toma os candidatos nesta fase final de campanha, sua figura já era a de um derrotado.
Constatando que não teria como enfrentar o sucesso do governo Lula, que teve em Dilma exatamente a condutora dos seus principais programas, a campanha de Serra - ele à frente - decidiu pelo caminho sujo, ou seja, impossibilitado de enfrentar a petista no terreno programático, partiu para a tentativa de desqualificá-la a qualquer custo, bem como ao governo mais bem sucedido da história do Brasil.
Uma decisão desta natureza é extremamente perigosa pois, uma vez tomada, ela desconhece limites e tudo passa ser possível. É a porta para o terrorismo.
Assim, a campanha de Serra passou a lastrear-se em denúncias contra o governo Lula tentando, mentirosamente, ligar Dilma aos fatos jogados ao vento. E o que é pior, sem apresentar NENHUMA prova contra a candidata do PT.
O sucesso da empreitada difamatória estava diretamente ligado ao apoio maciço, quase monolítico, que a fábrica de acusações sem provas contra Dilma recebeu da maior parte dos grandes grupos da anacrônica mídia brasileira, alguns se transformando em verdadeiros arautos da candidatura regressista. Desafiados por Lula, somente uma empresa manifestou - mas somente depois disso - o seu apoio a Serra.
Passada a decisão do pleito para o segundo turno, e certamente animados com o resultado, mal sabiam eles que esta prorrogação consolidaria a liderança da Dilma e desmascararia Serra e tudo o que ele realmente está representando nesta eleição.
Primeiro, o explicitamento do caráter de extrema-direita da candidatura demotucana, revelado ainda no primeiro turno com a remessa da discussão sobre o aborto para o centro do debate eleitoral, com relevo para a acusação, por parte de Mônica Serra, de que Dilma era a favor de "matar criancinhas".
Depois, juntamente com a performance do bispo panfleteiro, representante da ala mais reacionária da Igreja Católica, ressurge a TFP, entidade há muito mumificada pelo esquecimento e desprezada pelo seu passado reacionário e golpista. Na mesma esteira vieram representantes dos setores mais atrasados do neopentecostalismo.
A seguir entra em cena Paulo Preto, o "companheiro ferido" que Serra voltou correndo para recolher na estrada e que passou a ser um fantasma sobre ele e os tucanos, espectro este aumentado pela denúncia de que a divisão de lotes para a expansão do metrô de São Paulo estava acertada antes mesmo da licitação. Descobriu-se ainda que a verdadeira história da quebra dos sigilos fiscais teve nascedouro na disputa entre Serra e Aécio Neves pela candidatura à presidência.
Mais adiante, a tentativa de manipulação grosseira no ridículo caso da bolinha de papel na qual Serra, com a ajuda descarada e vergonhosa da Rede Globo, tentou posar de vítima. Pegada na mentira pelas imagens cristalinas do SBT, a outrora "vênus platinada" teve que se socorrer da montagem de um reles filminho de telefone celular para justificar a mentira grosseira que tinha veiculado para dar uma "mãozinha" para o seu candidato inconfesso.
Sem propostas de governo concretas, Serra passou a realizar promessas demagógicas, dentre elas o 13° para o Bolsa Família e o salário mínimo de 600 reais, demonstrando a sua incapacidade em oferecer alternativas viáveis para a melhoria da vida dos brasileiros. Na verdade - e isto foi confirmado pela indiscrição de seus assessores na área energética - seu grande projeto era a entrega do pré-sal aos grandes grupos privados internacionais.
Este quadro monstruoso provocou uma reação sem precedentes da sociedade brasileira: artistas, intelectuais, profissionais da saúde, servidores públicos, professores, mulheres, religiosos, estudantes, movimentos sociais, juristas, esportistas, sindicatos, representantes de forças políticas que não estiveram com Dilma no primeiro turno e entidades as mais diversas estão se alinhando em defesa da democracia, da preservação das conquistas sociais e do patrimônio do povo brasileiro, seriamente ameaçados pela candidatura do atraso.
Neste domingo, uma nova página vai ser virada na vida pública brasileira. A velha forma de fazer política, sem propostas sinceras e que se move no lodo da baixaria, da demagogia e dos interesses inconfessáveis vai ser repudiada novamente, como já o fora em 2002 e 2006.
E Serra, seu líder pela segunda vez receberá, definitiva e merecidamente, a pá de cal na sua carreira política. Bendito segundo turno.
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Fonte:http://armarinhodapolitica.blogspot.com/2010/10/o-segundo-turno-sera-pa-de-cal-em-serra.html
Dilma depois do debate na Globo
Urariano Mota *
Quando o debate entre Dilma e a Rede Globo for passado, estaremos no próximo domingo como se tudo houvesse ocorrido no século que passou. Poderemos então falar desse encontro-cilada com os olhos que miram o espelho retrovisor do carro, como se tivéssemos sido transportados de um ano velho, ou dizendo melhor, como se houvéssemos sido arremessados de um século antes para esse presente tão próximo, depois de longas horas no caminho que vencemos.
O sentimento que no peito imagina o Brasil de 31.10.2010, como se o tempo se iniciasse agora, é de uma alegria que vem depois de uma tormenta. Caímos, levantamos, caímos, caímos, levantamos, e quando não nos levantamos de todo, não aceitamos as imposições da derrota. Ah, parecemo-nos dizer, desgraças, que venham, só temos uma opção, queremos a felicidade, e se ela não vier, ah, damo-nos de ombros, porque estamos e estaremos trabalhando para que ela um dia venha. E se a danação e a maldição e todas as desgraças em não se unirem, ah, sorriremos, como a dizer, gente, foi bom, apesar de tudo, o caminhar até aqui. E seguiremos, na pior hipótese.
O ato de escrever agora sofre um preciso conflito e a perseguição obsessiva de um pensamento. O conflito é ter o objetivo de comentar um debate que acabará daqui a horas, ao mesmo tempo em que temos a certeza de saber que depois dele, esse largo tempo depois que alcança a leitura e os dias que virão o debate já não mais interessará. O debate foi, terá sido, e seu efeito sobre o que vemos será nenhum, nas futuras horas.
O debate foi, terá sido. Passaremos por ele como passamos impacientes por uma procissão de automóveis, como passamos as horas antes de receber o esperado salário do fim do mês, ou como atravessamos as horas antes da correspondência com a notícia há muito esperada. Para quê falar de debate agora, diremo-nos, se ele é a própria expressão das horas mortas?
O pensamento obsessivo a nos perseguir como um pentecostes, como Deus no caminho de Paulo a bradar contra Si uma blasfêmia, é uma interrogação que tem a forma de uma chama incessante: de que nos serve a liberdade se não transgredimos? Existe liberdade quando não vamos além do permitido, do recomendado, do que é sugerido pela tradição? Por isso é válido e inserido no contexto imaginar Dilma depois do próximo domingo.
Com exceção dos profetas, com certeza ninguém escreve sobre o que virá. Sempre escrevemos sobre o que foi, veio ou lembramos. Daí que o tempo entre o que vemos e o que transmitimos não se dá na mesma ordem, a não ser na escrita automática dos delírios do inconsciente. Daí que ao acabar a frase “ninguém escreve sobre o que virá”, recebemos de imediato o golpe de um estudante de Letras, a nos perseguir com “o que me dizes sobre a ficção científica?”. Ora, lhe respondemos: uma boa forma de prever é refletir sobre o visto. A tendência de futuro está presente agora mesmo, ao nosso lado, e muitas vezes os olhos míopes não vêem. A ordem do tempo, para quem escreve, sempre é invertida. Porque partimos sempre da experiência, e somos lidos como se partíssemos do fruto presente. Daí o conflito, daí a perseguição do pensamento que nos perfura com a sua subversão.
Esse futuro virá como uma lembrança do último debate em 2006, quando o cowboy William Bonner anunciou, como anunciará:
“Estamos na Central Globo de Produções, no Rio de Janeiro, para o último debate entre os candidatos à Presidência da República...”
E o cowboy Bonner, que Deus o tenha, porque é um bom rapaz e acredita na sua farsa, depois perguntará, dirá coisas que a sua produção e Kamel pensam ser acreditável, pois este será o seu espetáculo, talvez, quem saiba, o último, de Bonner, de Kamel, ou de ambos. As imagens ficarão indecisas se fazem planos e tomadas que privilegiem os olhos esbugalhados, atônitos, de humorista involuntário de Serra, ou se tomarão segura distância, porque, quem sabe, à distância ele parece um tiozinho sério. Então será provável que a câmera gradue a distância, porque olhos arregalados em close são puro pavor, Hitccock sem trilha musical. Enquanto em Dilma, assim como aconteceu com Lula, o zoom deixará de ser um recurso, e, até compreendemos, será apequenada, para que o espaço da sua fala venha a se dividir com a imagem do adversário Serra, que a rondará. Que papelão, que cenário para a democracia de cenário!
O certo é que depois desse último debate, a maioria do povo terá escolhido um número bem direitinho, pobre e analfabeto que é, a saber: o algarismo 3 depois do algarismo 1, que, assim colados, nessa ordem, o 1 primeiro, o 3 depois, farão, assim como em 2006, um número 13. Para maior vitória desse domingo futuro, que passou.
* Autor de “Os Corações Futuristas” e de “Soledad no Recife”, que recria os últimos dias de Soledad Barrett, mulher do Cabo Anselmo, executada por Fleury com o auxílio do traidor.
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Fonte:http://www.vermelho.org.br/coluna.php?id_coluna_texto=3579&id_coluna=93
Dilma depois do debate na Globo
Urariano Mota *
Quando o debate entre Dilma e a Rede Globo for passado, estaremos no próximo domingo como se tudo houvesse ocorrido no século que passou. Poderemos então falar desse encontro-cilada com os olhos que miram o espelho retrovisor do carro, como se tivéssemos sido transportados de um ano velho, ou dizendo melhor, como se houvéssemos sido arremessados de um século antes para esse presente tão próximo, depois de longas horas no caminho que vencemos.
O sentimento que no peito imagina o Brasil de 31.10.2010, como se o tempo se iniciasse agora, é de uma alegria que vem depois de uma tormenta. Caímos, levantamos, caímos, caímos, levantamos, e quando não nos levantamos de todo, não aceitamos as imposições da derrota. Ah, parecemo-nos dizer, desgraças, que venham, só temos uma opção, queremos a felicidade, e se ela não vier, ah, damo-nos de ombros, porque estamos e estaremos trabalhando para que ela um dia venha. E se a danação e a maldição e todas as desgraças em não se unirem, ah, sorriremos, como a dizer, gente, foi bom, apesar de tudo, o caminhar até aqui. E seguiremos, na pior hipótese.
O ato de escrever agora sofre um preciso conflito e a perseguição obsessiva de um pensamento. O conflito é ter o objetivo de comentar um debate que acabará daqui a horas, ao mesmo tempo em que temos a certeza de saber que depois dele, esse largo tempo depois que alcança a leitura e os dias que virão o debate já não mais interessará. O debate foi, terá sido, e seu efeito sobre o que vemos será nenhum, nas futuras horas.
O debate foi, terá sido. Passaremos por ele como passamos impacientes por uma procissão de automóveis, como passamos as horas antes de receber o esperado salário do fim do mês, ou como atravessamos as horas antes da correspondência com a notícia há muito esperada. Para quê falar de debate agora, diremo-nos, se ele é a própria expressão das horas mortas?
O pensamento obsessivo a nos perseguir como um pentecostes, como Deus no caminho de Paulo a bradar contra Si uma blasfêmia, é uma interrogação que tem a forma de uma chama incessante: de que nos serve a liberdade se não transgredimos? Existe liberdade quando não vamos além do permitido, do recomendado, do que é sugerido pela tradição? Por isso é válido e inserido no contexto imaginar Dilma depois do próximo domingo.
Com exceção dos profetas, com certeza ninguém escreve sobre o que virá. Sempre escrevemos sobre o que foi, veio ou lembramos. Daí que o tempo entre o que vemos e o que transmitimos não se dá na mesma ordem, a não ser na escrita automática dos delírios do inconsciente. Daí que ao acabar a frase “ninguém escreve sobre o que virá”, recebemos de imediato o golpe de um estudante de Letras, a nos perseguir com “o que me dizes sobre a ficção científica?”. Ora, lhe respondemos: uma boa forma de prever é refletir sobre o visto. A tendência de futuro está presente agora mesmo, ao nosso lado, e muitas vezes os olhos míopes não vêem. A ordem do tempo, para quem escreve, sempre é invertida. Porque partimos sempre da experiência, e somos lidos como se partíssemos do fruto presente. Daí o conflito, daí a perseguição do pensamento que nos perfura com a sua subversão.
Esse futuro virá como uma lembrança do último debate em 2006, quando o cowboy William Bonner anunciou, como anunciará:
“Estamos na Central Globo de Produções, no Rio de Janeiro, para o último debate entre os candidatos à Presidência da República...”
E o cowboy Bonner, que Deus o tenha, porque é um bom rapaz e acredita na sua farsa, depois perguntará, dirá coisas que a sua produção e Kamel pensam ser acreditável, pois este será o seu espetáculo, talvez, quem saiba, o último, de Bonner, de Kamel, ou de ambos. As imagens ficarão indecisas se fazem planos e tomadas que privilegiem os olhos esbugalhados, atônitos, de humorista involuntário de Serra, ou se tomarão segura distância, porque, quem sabe, à distância ele parece um tiozinho sério. Então será provável que a câmera gradue a distância, porque olhos arregalados em close são puro pavor, Hitccock sem trilha musical. Enquanto em Dilma, assim como aconteceu com Lula, o zoom deixará de ser um recurso, e, até compreendemos, será apequenada, para que o espaço da sua fala venha a se dividir com a imagem do adversário Serra, que a rondará. Que papelão, que cenário para a democracia de cenário!
O certo é que depois desse último debate, a maioria do povo terá escolhido um número bem direitinho, pobre e analfabeto que é, a saber: o algarismo 3 depois do algarismo 1, que, assim colados, nessa ordem, o 1 primeiro, o 3 depois, farão, assim como em 2006, um número 13. Para maior vitória desse domingo futuro, que passou.
* Autor de “Os Corações Futuristas” e de “Soledad no Recife”, que recria os últimos dias de Soledad Barrett, mulher do Cabo Anselmo, executada por Fleury com o auxílio do traidor.
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Fonte:http://www.vermelho.org.br/coluna.php?id_coluna_texto=3579&id_coluna=93
José Serra e a liberdade de expressão
Recebo, do jornalista Antônio Biondi, levantamento exaustivo que mostra o apreço de José Serra pela liberdade de imprensa…
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José Serra não lida bem com perguntas que questionem seus pontos de vista. Coloca-se como um defensor da liberdade de imprensa, mas desrespeita jornalistas que publiquem matérias desfavoráveis a seus interesses.
Em 27 de setembro de 2010, Marina Silva deu declarações que ajudam a entender o padrão de comportamento do presidenciável com a imprensa: “Tenho ouvido reclamações nos últimos dias que o ex-governador José Serra tem ficado nervoso quando fazem perguntas que ele não gosta. Ouço também relatos de que há uma tentativa de intimidação dele aos jornalistas. Existem duas formas de tentar intimidar a imprensa. Uma é aquela que vem a público e coloca de forma infeliz uma série de críticas. Outra é aquela que, de forma velada, tenta agredir jornalistas, pedir cabeça de jornalista, o que dá na mesma coisa, porque o respeito pela democracia e pela liberdade de imprensa é permitir que a informação circule. Serra constrange e tenta intimidar jornalistas”.
(Fonte: IG)
Se você é jornalista e trabalha em uma redação, já deve ter ouvido alguma história sobre telefonemas que ele teria dado a donos e diretores pedindo a demissão de repórteres “irresponsáveis”. Decidimos reunir apenas episódios concretos, públicos e comprováveis, para que o eleitor tenha ferramentas para ajustar sua percepção à realidade.
13 de outubro de 2010
Vítima: Valor Econômico (repórter Sérgio Bueno)
O repórter Sérgio Bueno fez pergunta sobre Paulo Vieira de Souza, o Paulo Preto. E ouviu do candidato: “Seu jornal faz manchete para o PT colocar no horário eleitoral. Eu sei que, no caso, vocês não têm interesse na Casa Civil, naquilo que foi desviado. Seu jornal, pelo menos, não tem. Agora, no nosso caso, nós temos.” Horas depois, a diretora de redação do Valor, Vera Brandimarte, ensinou: “O jornalista [Sérgio Bueno] só estava fazendo o trabalho dele, que é perguntar. Todos os candidatos devem estar dispostos a responder questões, mesmo sobre temas que não lhes agradem”.
Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/fsp/poder/po1410201008.htm
28 de setembro de 2010
Vítima: Folha de S.Paulo (repórter Breno Costa)
Em Salvador, diálogo entre o repórter Breno Costa, da Folha, e o candidato do PSDB. “Candidato, nesses últimos dias de campanha, qual deve ser a [sua] estratégia?”. Resposta de Serra: “Certamente não é perder tempo com matéria mentirosa como a que você fez”. Sobre a matéria, explicação da Folha: “Serra referia-se à reportagem que mostrou ressalvas feitas por técnicos do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo no ano de 2009, quando ele era governador. As objeções técnicas do TCE-SP, que aprovou suas contas, referiam-se a ações que, hoje, fazem parte da lista de promessas do tucano”.
Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/fsp/poder/po2909201010.htm
15 de setembro de 2010
Vítima: CNT/Gazeta (entrevistadores Márcia Peltier e Alon Feurwerker)
Serra irritou-se durante gravação e ameaçou deixar o programa “Jogo do Poder”, da CNT, comandado por Márcia Peltier e Alon Feurwerker. Ele não gostou de perguntas feitas e depois de dizer que estavam “perdendo tempo” com aqueles assuntos, passou a discutir com Márcia. Disse que, em vez de tratarem do programa de governo, estavam repetindo “os argumentos do PT”. Em seguida, levantou-se para deixar o estúdio. “Não vou dar essa entrevista, você me desculpa. Faz de conta que não vim”, disse Serra, reclamando que a entrevista não era um “troço sério”. Logo depois, pediu que os equipamentos fossem desligados e disparou: “Isso aqui está um programa montado.” A apresentadora negou com firmeza a acusação e teve uma conversa reservada com Serra. Só então o candidato aceitou voltar ao estúdio.
Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/fsp/poder/po1609201022.htm
7 de agosto de 2010
Vítima: TV Cultura – Gabriel Priolli
No final da tarde, Fernando Vieira de Mello, vice-presidente de conteúdo, chamou Priolli à sua sala para comunicá-lo de seu afastamento da direção de jornalismo da emissora. O episódio aconteceu apenas 5 dias depois de Priolli assumir o cargo. Ele havia encomendado uma reportagem sobre pedágios. A Folha escreveu sobre o episódio: “Nos corredores da emissora e na blogosfera, circula a informação de que, por trás da saída de Priolli, está uma reportagem sobre problemas e aumento nos pedágios. A reportagem teria sido “derrubada” – jargão para o que não é veiculado – por Mello. “A reportagem não foi ao ar na quarta-feira por uma razão simples: não estava pronta”, diz Mello. “Eram ouvidos só [Geraldo] Alckmin e [Aloísio] Mercadante. Em período eleitoral, somos obrigados a ouvir todos os candidatos. Foi isso que fizemos”, acrescenta. Dias antes, outra dança de cadeiras originou rumores sobre a influência do governo estadual sobre a TV. Segundo estes, Heródoto Barbeiro teria sido substituído por Marília Gabriela no Roda Viva por ter feito uma pergunta incômoda a Serra.
Escreveu o Observatório da Imprensa: “Explicações complicadas terão que ser dadas pelo candidato à presidência José Serra – acusado de ter pedido a cabeça dos jornalistas”
Fonte: http://www.observatoriodaimprensa.com.br/artigos.asp?cod=597IPB010
23 de agosto de 2010
Vítima: TV Brasil
O candidato do PSDB à Presidência, José Serra, se irritou com uma pergunta de uma jornalista da TV Brasil, emissora estatal, sobre o fato de a propaganda na TV completar uma semana hoje e a expectativa
do tucano de conseguir reagir nas pesquisas. “Pergunta lá pro seu pessoal na TV Brasil. Eles têm uma opinião”, disse Serra.
Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/poder/787723-serra-se-irrita-com-pergunta-de-jornalista-da-tv-brasil.shtml
Julho de 2010
Vítima: Rádio Mirante AM, do Maranhão – repórter Mário Carvalho
Serra irritou-se quando foi perguntado sobre o que faria para diminuir sua rejeição no Nordeste. Respondeu: “Onde você viu essa informação? Você está fazendo campanha para Dilma”. “No Ibope e no Datafolha”, disse Carvalho. “De qual emissora você é?” “Da Mirante AM”. “Não é rádio do Sarney? Eu não sei aonde você viu isso. Vamos fazer uma coisa, você quer fazer propaganda pra Dilma? Eu acho legítimo que sua rádio e você faça campanha para Dilma. Não tenho nada a me opor. Agora não venha falar
mentira. Tudo bem, faz a campanha direto”, disse, gritando, Serra.
16 de julho
Vítima: TV Globo – Fábio Turci
O repórter Fábio Turci dirige a Serra uma pergunta sobre juros. O perguntado não esconde sua irritação, e indaga com a devida veemência: “De onde você é?” Turci esclarece ser da Globo. E Serra, de pronto: “Ah, então desculpe”.
Fonte: http://www.cartacapital.com.br/politica/pesos-e-medidas
22 de junho de 2010
Vítima: TV Cultura – Mediador Heródoto Barbeiro
“Como o estado poderia prestar serviço não cobrando pedágios tão caros como são cobrados no estado de São Paulo? A gente viaja por aí e as pessoas reclamam que para ir de uma localidade à outra custa R$ 8,80″, questionou o jornalista. “Você tá transmitindo o que o PT vive dizendo”, acusou. O candidato explicou que o modelo de privatização de rodovias de São Paulo passou por mudanças em seu governo. “Nós mudamos o modelo de concessões e os pedágios baixaram em relação aos elementos anteriores”. Ao final da discussão, Serra classificou as indagações do jornalista de “trololó petista” e condenou Barbeiro por não apresentar resultados do governo tucano em São Paulo. “Essas perguntas têm sempre de vir acompanhadas de resultados”, exigiu o tucano. Logo depois, Barbero deixou a bancada do programa, dando lugar a Marília Gabriela.
Assista ao bate-boca: http://www.cafenapolitica.com/wordpress/?p=1751
29 de maio de 2009
Vítima: Estadão – repórter Sandro Villar
Escreveu o Estadão: “A entrevista coletiva foi tumultuada. A segurança reprimiu os jornalistas com certa dose de truculência. O governador fugiu das perguntas políticas. Ao ser perguntado pelo repórter do Estado se faria dobradinha com Aécio Neves na eleição para a presidência, Serra se irritou. “Pensei que você veio para perguntar sobre o hospital”, respondeu (em referência a uma pauta publicada). Um segurança agarrou o repórter na frente do governador, que condenou a atitude do rapaz (do repórter!) e soltou um sonoro palavrão impublicável.Villar declarou, em correspondência a Luis Carlos Azenha: “Não faz muito tempo surgiram informações de que o Serra foi submetido a um cateterismo realizado secretamente na calada da noite. Eu queria perguntar isso ao governador para ele desmentir ou não. Mas, pela segunda vez, fui agredido pela segurança de Sua Excelência. Protestei e disse que nem na época da ditadura militar fui tratado com tanta truculência”
Fonte: http://www.estadao.com.br/noticias/nacional,professores-chamam-serra-de-ditador-em-presidente-prudente,379226,0.htm
10 de maio de 2010
Vítima: Rádio CBN (Comentarista Miriam Leitão)
Em entrevista pela manhã, Miriam perguntou se o presidenciável respeitaria a autonomia do Banco Central ou se presidiria também a instituição, caso vencesse a eleição. Serra primeiro respondeu que a suposição da jornalista era “brincadeira”. Em seguida, disse, ríspido: “Você acha isso, sinceramente, que o Banco Central nunca erra? Tenha paciência!” Questionado se interviria na instituição ao se deparar com um erro, Serra interrompeu Miriam: “O que você está dizendo, vai me perdoar, é uma grande bobagem.”
10 de maio de 2010
Vítima: Rádio Nacional
Relato da Folha de S. Paulo: Um repórter da Rádio Nacional, emissora estatal, perguntou se o tucano acabaria com o Bolsa Família. Serra reagiu de forma ríspida. “Por que a pergunta? Porque disseram para você que eu vou acabar? Então eu gostaria de saber a fonte. Isso é uma mentira total”, afirmou. Em outro momento de irritação, Serra não quis detalhar sua posição referente à divisão dos royalties do pré-sal. “Não vou ficar repetindo.” Assessores de Serra procuraram repórteres para pedir desculpas pelo tom do tucano, que chegou ao evento com 40 minutos de atraso.
Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/fsp/brasil/fc2005201009.htm
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Fonte:http://www.escrevinhador.com.br/
As voltas que o Serra deu
Zillah Branco *
As pessoas costumam evoluir quando envelhecem, principalmente os que participam ativamente da luta pela transformação social. José Serra é do grupo das exceções, surpreende quem o conheceu ainda jovem dirigente estudantil quando enfrentava a ditadura e condenava o imperialismo. Naquela época precisou sair do país e muitos companheiros, de uma geração anterior, o ajudaram, principalmente o grande grupo formado durante as lutas estudantis que floresceram no movimento “o petróleo é nosso” da década de cinqüenta.
Muitos, daquele grupo politizado que exerceram a sua cidadania na liderança estudantil da UNE e UEE, já ocupavam destacados postos políticos e profissionais na defesa da democracia brasileira durante o governo Jango. Dentre outros, Almino Affonso, Plínio de Arruda Sampaio, Rubens Paiva, Fernando Gasparian, Fernando Henrique Cardoso, Aluízio Nunes, Adriano Branco, José Gregori. A ação violenta da ditadura militar contra a esquerda em geral, atingira tanto os que participavam dos grupos guerrilheiros como todos os conhecidos comunistas do Brasil e atingiu aqueles nacionalistas que se solidarizavam coerentemente na luta pela liberdade do povo e independência nacional. Rubens Paiva foi torpemente assassinado e muitos sofreram prisão e torturas indizíveis, como Dilma Roussef e tantos outros que hoje ainda lutam pelos mesmos ideais.
Estavam, na década de 60, no mesmo barco nacionalista e democrático. Alguns prosseguiram na luta pelo desenvolvimento nacional que vários partidos e movimentos de esquerda, com o nascente PT de Lula, passaram a conduzir durante os negros anos da ditadura, com o apoio do MDB que se opunha oficialmente contra o ARENA - partido da direita obscurantista. Como ocorre sempre que a luta política se radicaliza sob um poder ditatorial, a esquerda militante recebia o apoio de pessoas cujo caráter pessoal exigia justiça e respeito humano, qualquer que fosse a sua formação ideológica anterior.
Com o enfraquecimento da linha terrorista dos militares na América Latina, que coincidiu com a descolonização da África e a queda das ditaduras de Portugal e Grécia, houve marcante ascensão da esquerda mundial em torno das lutas populares pela independência nacional. Aqueles antigos líderes nacionalistas do movimento estudantil brasileiro foram atraídos pelo caminho da luta popular em prol do desenvolvimento nacional.
Entretanto, sob o apoio do movimento internacional-socialista (do qual Mario Soares foi expoente apoiado por Helmut Kholl e Kissinger para desviar a Primavera de Abril do seu caminho de libertação nacional) fortaleceu-se uma posição centrista com a fórmula do “capitalismo humanizado” traçada pelo “consenso de Washington” que prosseguia com as políticas opressoras sobre as nações mais pobres na adoçada versão econômico-financeira do FMI e do Banco Mundial. Tal versão atraiu os defensores de uma “democracia mundial”, distantes do conceito de luta social e de independência nacional. A mídia tratou de divulgar esta formula política, caracterizada com as mesmas tintas da campanha “paz e amor” que se expandira para atenuar a natural rebeldia que levava a juventude à participação social, dividindo o movimento popular que se alastrava mundialmente.
O MDB consolidado no PMDB sob a liderança de Ulisses Guimarães e Montoro, sofreu uma ruptura que separou aquelas duas tendências dando origem aos tucanos do PSDB que, renunciando até mesmo aos seus próprios livros teóricos marcados pela meta democrática e nacional (como sucedeu explicitamente com FHC) aderiram à estratégia do FMI que exigia desnacionalização dos recursos naturais, privatização de patrimônios indispensáveis ao desenvolvimento nacional, e a defesa do “estado mínimo”, recomendado pela britânica Margareth Thatcher e pelo ditador Pinochet com a assessoria dos “Chicago-boys” que delinearam o sistema neo-capitalista onde o controle social é feito pelo mercado e não pelo Estado democrático.
Aquele grupo de antigos líderes estudantis nacionalistas foi ideologicamente fraturada, agrupando-se, parte na centro-esquerda brasileira e parte na direita internacional. Tornou-se claro o rompimento irreconciliável sob o governo de FHC com a participação destacada de Serra, que se submeteu às ordens do FMI, desnacionalizando e estagnando o Brasil. Não foi esquecida a seqüência de lutas internas no PMDB marcadas por traições à ajuda que Montoro dera para fazer FHC senador e impulsionar a carreira política de Serra.
Esse encaminhamento da política brasileira, reaberta à participação democrática pela campanha das “eleições diretas já”, seguiu com altos e baixos contraditórios até à vinda de Lula com uma postura claramente voltada para os interesses legítimos da nação, liquidando rapidamente a dívida com o FMI e preparando o país para o maior salto da sua história, tanto no resgate de dezenas de milhões de brasileiros marginalizados da sociedade pela miséria, como no ambicioso programa de investimentos protegendo o Brasil da crise de 2008 que afetou duramente os Estados Unidos e a Europa. O êxito dos dois mandatos de Governo Lula são comprovados pelas pesquisas de opinião que revelam seguidamente que 80% da população está de acordo com o programa de desenvolvimento nacional.
José Serra, pela ambição pessoal de chegar à Presidência nas eleições de 2010 quando Dilma Roussef foi lançada como candidata de Lula e de seus 80% de apoiantes, não teve pejo em receber o apoio da famigerada TFP – Tradição, Família e Propriedade – que se tornou mais conhecida por apoiar a direita mais rançosa da ditadura militar, e de permitir que a sua propaganda aparecesse em “santinhos” em que de um lado tem a sua foto e do outro a figura de Jesus Cristo. O apoio que deu a Marina Silva dividiu uma faixa do eleitorado de esquerda que seguia Lula apenas com idealismo. As maledicências caluniosas que a sua campanha moveu contra Dilma só a engrandeceram por caírem ao lado como “bolinhas de papel” inofensivas. Já Serra feriu a careca reluzente não se sabe com quê, talvez a queda da auréola mal colada pela TFP.
Dá certa pena para quem acompanhou a história, mas o Brasil merece respeito e a luta só pode ser conseqüente atendendo as necessidades do povo, mesmo que alguns cidadãos fiquem pelo caminho.
* Cientista Social, consultora do Cebrapaz. Tem experiência de vida e trabalho no Chile, Portugal e Cabo Verde.
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Fonte:http://www.vermelho.org.br/coluna.php?id_coluna_texto=3580&id_coluna=81
Quando as ideias cedem lugar ao ódio de classe
Eron Bezerra *
O tom da campanha subiu, unilateralmente, todos os decibéis possíveis.
Seria natural e até louvável se tal intensidade estivesse voltada para encontrar soluções de problemas econômicos e sociais que o Brasil ainda enfrenta.
Debater em profundidade a reforma agrária, o fim da agiotagem bancária, a superação das desigualdades regionais, uma agenda especifica para o Nordeste e a Amazônia – reconhecidamente as regiões que menos receberam atenção dos governos tucanos - assim como os investimentos necessários em infra-estrutura, dentre outros, deveria ser o centro das preocupações de quem pretende dirigir um país com a importância e a complexidade econômica do porte do Brasil.
Mas esse debate não foi possível durante toda a campanha por uma simples razão: não interessa a José Serra expor suas idéias sobre temas centrais porque ele sabe perfeitamente da repulsa que o povo expressa contra as suas idéias privatizantes e anti-povo.
Assim, ele prefere mentir. Inventar factóides como da bolinha de papel do rio de janeiro, que se transformou num objetivo “perigoso” indeterminado. Curioso, ninguém questionou até agora que objeto, afinal, atingiu o tucano se não foi a bola de papel?
Mas esses factóides são apenas caricaturas, próprias de uma direita sem qualquer escrúpulo político. O mais grave é quando eles enveredam para a demagogia e a mentira programática, como a tentativa de se apresentarem como “defensores” da Petrobras - que eles passaram todo o governo deles tentando destruir - ou prometendo aumentar despesas públicas com salário mínimo e bolsa famílias que, sabidamente, eles são contra.
Tudo isso, porem, ainda faz parte da caricatura da direita. Como, também, faz parte desses recursos a baixaria generalizada que eles promoveram nessa campanha. Foram da demonização do aborto a tentativa de voltar a idade média com a recriação do estado teocrático, em contraposição ao estado laico preconizado na nossa constituição.
Não satisfeito passaram para a pura e simples agressão em todos os terrenos contra Dilma Roussef. Nem mesmo o mais elementar princípio de boas normas foi levado em conta por Serra.
Seu vale tudo, porem, parece que não surtiu efeito e as urnas lhe esperam para dizer que o povo está cansado de baixarias e, principalmente, de falta de compromisso com a real solução de seus problemas.
Dia 31 será um dia de festas para o nosso povo, para o povo brasileiro, e certamente de tristeza para os banqueiros americanos de Wall Street.
(*) Engenheiro Agrônomo, Professor da UFAM, Deputado Estadual, Membro do CC do PCdoB, Secretário Nacional da Questão Amazônica e Indígena.
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Fonte:http://www.vermelho.org.br/coluna.php?id_coluna_texto=3581&id_coluna=19
As teorias dos leitores para as próximas 80 horas
por Luiz Carlos Azenha
Começo com um agradecimento pela audiência recorde dos últimos dias. E um agradecimento especial àqueles que me alertaram, por e-mail, via twitter ou por telefone dos problemas que o site enfrentou no início da semana. Temos uma espécie de espelho do site, hospedado fora do Brasil e, se for necessário, vamos informar por twitter como chegar até ele. Pura precaução.
Gostaria de informar que, infelizmente, por falta absoluta de tempo, não posso responder a todas as mensagens que chegam (via twitter, no facebook, por e-mail, nos comentários). Tento acompanhar tudo de perto, mas tenho compromissos profissionais e familiares que não podem esperar.
Nas últimas horas, registro um grande aumento de comentários e mensagens de gente preocupada com o que vai acontecer nas próximas 80 horas. Há os que simplesmente não conseguem passar sem um bom boato, trama ou conspiração.
Eu trabalho com fatos, mas não posso deixar de notar que as campanhas clássicas da direitona — e estamos numa delas – trabalham com desinformação+confusão=desmobilização.
Foi assim em 1989, no Brasil, quando vestiram o sequestrador de Abílio Diniz com camiseta do PT. Foi assim na Venezuela, no golpe de 2002, como ficou registrado nos documentários A Revolução Não Será Televisionada ePuente Llaguno. Foi assim na Bolívia, em 2002, quando Gonzalo Sanches de Lozada se elegeu (e foi registrado no documentário Our Brand is Crisis). Foi assim no México, em 2006 — e ficou registrado no documentário Los Dueños da Democracia. Foi assim no confronto entre Barack Obama e John McCain, em 2008, nos Estados Unidos, que acompanhei de perto.
Clique no nome dos documentários para assistí-los em meu canal do You Tube.
É óbvio que tudo pode correr calmamente até domingo, sem grandes surpresas. É o que espero.
Porém, deixo registradas abaixo as principais preocupações de leitores do site, recebidas por e-mail, que agrupei em quatro grupos:
1. Cheiro de armação no ar…
27 10 2010
do Alfredo Bessow, no Passe Livre
Ao sair do estúdio da TV Cidade Livre de Brasília depois de entrevistar o sindicalista Paulo Antenor, presidente do Sindireceita e eleito 1º suplente de Senador na chapa encabeçada por Magno Malta lá no ES, recebi telefone de um telespectador que, em outras palavras, dizia ter a Folha de São Paulo negociado, financeiramente, o depoimento de um ex-preso político. O objetivo de tal ‘depoimento/desabafo’ seria o de desmontar a versão da Dilma ‘osso duro de roer’. Na versão negociada, o denunciante criaria uma versão de que ela teria delatado vários aliados da luta armada contra a ditadura.
Todos nós estamos um tanto quanto atônitos com tanto zumzum, mas, ao que tudo indica, seria uma artilharia pesada a ser usada mais para o fim de semana, redundando numa ação conjunta da Folha, da Veja e da TV Globo – provavelmente sexta à noite.
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2. Do Brasil Atual, repercutido há pouco pelo deputado Rui Falcão no Facebook
São Paulo – A filósofa Marilena Chaui denunciou nesta segunda-feira (25) uma possível articulação para tentar relacionar o PT e a candidatura de Dilma Rousseff a atos de violência. Ela afirmou, diante de um público de quase 2 mil pessoas, que soube de uma possível ação violenta que seria montada para incriminar o PT durante comício do candidato José Serra (PSDB) na próxima sexta-feira (29).
Segundo Marilena, a promessa dos participantes da suposta armação seria de “tirar sangue” durante o comício. As cenas seriam usadas sem que a campanha petista tivesse tempo de responder. “Dois homens diziam: ‘dia 29, nós vamos acertar tudo, vamos trazer o pessoal vestidos com camisetas do PT, carregando bandeiras do PT e vão atacar pra tirar sangue, no comício do Serra”, reafirmou a filósofa, em entrevista à Rede Brasil Atual. “É preciso alertar a sociedade brasileira toda, alertar São Paulo e alertar os petistas”, pediu Marilena. A ação estaria em planejamento em um bar de São Paulo, no final de semana.
Para exemplificar o caso, ela disse que se trata de um novo caso Abílio Diniz. Em 1989, o sequestro do empresário foi usado para culpar o PT e o desmentido só ocorreu após a eleição de Fernando Collor de Melo.
A denúncia foi feita durante encontro de intelectuais e pessoas ligadas à cultura, estudantes e professores universitários e políticos, na USP, em São Paulo. ”Não vai dar tempo de explicar que não fomos nós. Por isso, espalhem pelas redes sociais”, divulguem.
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Numa clara encomenda da FOLHA, um desconhecido “analista político”, um tal de Carlos de Mello, de um tal de INSPER, quer provar, por A + B, que não existe mais militância política voluntária.
Ao fundo , uma repórter com voz sensual, quer nos convencer que nós, milhões de militantes políticos do PT, do PCdoB, do PSB, do PMDB, do PCB, do PSOL, do PSTU, da CUT,da CGT, da CGTB, da Força, dos sindicatos e dos movimentos por moradia, etc. não existimos, ou quase todos somos meros mercenários, que trabalham nas ruas por dinheiro…
Não há coisa que irrite mais a direita reacionária do que o fato de nós, cansados de um dia inteiro de trabalho, irmos às ruas fazer campanha política nos pontos de ônibus, nas praças, nas escolas e portas de fábrica….convencendo o povo, conversando com as pessoas, distribuindo material de propaganda, visitando casas nos bairros, fazendo de cada um dos que encontramos, um novo re-transmissor de nossas mensagens de conscientização e de cidadania…
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4. Da leitora Graça Lago, por e-mail
Azenha,
hoje, no Panorama Político, de O Globo, Ilimar Franco denuncia que emissários do vice-presidente do PSDB, Eduardo Jorge, estão ligando para jornalistas para passar informações mentirosas sobre a saúde de Dilma Roussef. Para exemplificar, o colunista cita a informação passada por tucanos de que Dilma estaria muito mal em um aeroporto do Sul, quando, na verdade, ela participava de uma carreata em outro estado.
A denúncia é gravíssima e liga diretamente a campanha de Serra aos boatos espalhados pela internet e entre evangélicos sobre a saúde da candidata (de que ela tem câncer terminal e não assumirá a presidência). Nem precisa de perito para identificar a impressão digital; até um leigo pode ver.
A denúncia soma-se à apreensão ontem, em SP, de panfletos apócrifos e mentirosos sobre Dilma, que estavam sendo distribuídos por militantes do PSDB. Os panfletos, com a falsa ficha da Dilma, estavam sendo, ironicamente, distribuídos em Perús, bairro que abriga o cemitério onde a ditadura enterrou, na surdina, inúmeros corpos de militantes políticos assassinados na tortura.
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Fonte: http://www.viomundo.com.br/politica/as-teorias-dos-leitores-para-as-proximas-80-horas.html